Os trabalhadores da Zona Azul em Ourinhos, vinculados à Associação Mirim de Ourinhos (AMO-SIM), estão enfrentando uma série de problemas graves relacionados às condições de trabalho e à gestão administrativa. Entre as principais denúncias, destacam-se os atrasos salariais, a falta de depósito do FGTS, práticas de assédio moral e a imposição de metas abusivas.
Funcionários relataram que para receberem seus salários, é exigido o cumprimento de metas mensais de vendas de 1.800 cartões de estacionamento, algo que não está previsto em contrato. “A prioridade de pagamento de salário é dada apenas a quem atinge essa meta. Nem todos atuam na venda direta”, afirmou uma funcionária, identificada como Juliana. O salário base dos agentes é de R$ 1.400,00.
Além disso, as condições de trabalho são precárias. Os trabalhadores reclamam que precisam utilizar roupas específicas, como calças jeans e tênis, além de trazerem materiais próprios, como caneta e troco. Apesar disso, não recebem equipamentos de proteção individual para enfrentar as intempéries, como capa de chuva ou protetor solar. “Trabalhamos sob sol e chuva sem nenhum equipamento de proteção. Reclamações sobre direitos básicos, como pagamento, são ignoradas, e a pressão psicológica é enorme”, denunciou Juliana.
As dificuldades culminaram em uma tentativa de paralisação no início de novembro, em protesto contra a falta de pagamento. Contudo, o medo de represálias desmotivou a maioria dos trabalhadores. Muitos relataram dificuldades financeiras severas, como atrasos no pagamento de aluguel e até a impossibilidade de comprar alimentos para suas famílias.
Outro problema grave apontado foi a ausência de depósito do FGTS. Segundo um funcionário, mesmo quem deixou a entidade há mais de três anos ainda não teve o FGTS regularizado. Em resposta, o presidente da entidade, Fioravante Neto, afirmou em entrevista que os pagamentos atrasados do FGTS referentes aos anos de 2021, 2022 e 2024 serão regularizados, mas não deu mais detalhes.