Na última semana, o prefeito de Ourinhos, Lucas Pocay, divulgou a programação de shows que marcarão as comemorações pelo aniversário do município. Apesar do entusiasmo de parte da população, a iniciativa gerou polêmica e levantou importantes questionamentos sobre prioridades e impactos.
Durante os oito anos de mandato de Lucas Pocay, nunca houve eventos dessa proporção para celebrar o aniversário da cidade. A realização de um evento tão grandioso em seu último mês de gestão levanta suspeitas sobre as reais intenções por trás da iniciativa, como a busca de encerrar o mandato com um gesto marcante. Contudo, a pertinência de alocar tantos recursos para isso é amplamente questionada.
O evento foi agendado para uma das semanas mais importantes para a economia local. No entanto, com a população direcionada para a FAPI, onde acontecerão as atrações, muitos comerciantes temem uma queda nas vendas em um momento crucial. A preocupação é que o evento acabe enfraquecendo o comércio tradicional, que depende fortemente do movimento desse período.
O alto custo da programação também gerou críticas. Com estimativa de investimento em torno de 3 milhões de reais para poucas apresentações, muitos questionam se esse montante está sendo bem empregado. Embora eventos culturais sejam importantes para o lazer e a integração social, há consenso de que o dinheiro poderia ser melhor direcionado para áreas prioritárias.
Enquanto verbas milionárias são gastas em shows, escolas municipais enfrentam falta de climatização adequada, prejudicando os alunos em dias de calor intenso. No setor de saúde, o cenário também é crítico: há apenas uma ambulância disponível para atender mais de 100 mil habitantes. Esses exemplos ressaltam como os recursos poderiam ser utilizados para atender necessidades mais urgentes.
Investir em cultura é fundamental, mas é imprescindível garantir que o retorno beneficie diretamente a comunidade. Priorizar áreas que impactam o bem-estar coletivo é essencial para uma gestão responsável.
Com escolas e serviços públicos enfrentando problemas estruturais, o gasto milionário em festividades parece desconectado das reais necessidades da população.